INTENÇÕES DO SANTO PADRE – JANEIRO
Intenção Geral
AS VÍTIMAS DOS DESASTRES NATURAIS
Para que as vítimas dos desastres naturais recebam o conforto espiritual e material necessário para reconstruir a sua vida.
A realidade dos fatos
Nos últimos anos, as calamidades naturais têm-se multiplicado de maneira alarmante, o que constitui um problema que a todos preocupa. Inundações, erupções vulcânicas, tsunamis, incêndios, sismos e um longo etc., falam-nos de uma situação verdadeiramente assustadora. Todos os anos, estes desastres naturais provocam milhares de vítimas, originando ainda grande número de feridos, destruindo lares e meios de subsistência.
O número de vítimas de calamidades naturais ocorridas em 2010 foi um dos mais elevados das últimas décadas. Nesse ano, mais de 250.000 pessoas sucumbiram aos golpes dessas calamidades, sobretudo nos terramotos no Haiti e no Paquistão, e nos incêndios na Rússia e nos Estados Unidos, assim como nos ciclones e tempestades na Ásia.
Nenhum país, nenhuma cidade, nenhum lugar no mundo está assegurado contra as catástrofes naturais, mas os países mais pobres são os mais atingidos, precisamente pela sua pobreza e elevadas densidades populacionais, entre outras razões, e pela falta de capacidade tecnológica para, pelo menos, reduzir os efeitos desses acontecimentos catastróficos.
As causas dos desastres naturais
Durante muitos séculos e até em datas bastante recentes, as catástrofes naturais tinham simplesmente origem nas forças incontroláveis da natureza, mas, a partir de determinada altura, a situação mudou drasticamente. A intervenção humana (neste caso, negativa) provocou o aumento destas catástrofes já não tão «naturais» como antes. Quer dizer, muitas dessas calamidades são fruto da acção irresponsável do homem.
Como uma das causas mais evidentes, podemos apontar a do número dos habitantes do planeta, que vai aumentando e, por isso, as pessoas vêem-se obrigadas a viver onde existem grandes perigos, por exemplo, em depressões junto do mar ou dos rios ou em regiões altamente sísmicas.
A intensidade dos desastres, na maioria dos casos, depende mais da vulnerabilidade dos lugares onde acontecem do que de causas naturais. Por exemplo, o aquecimento global, que provoca o derretimento dos glaciares, constitui uma das causas principais do actual estado do planeta, e é claramente provocado pelo homem.
Existem muitas outras causas, cuja enumeração não cabe no espaço de que dispomos.
Como prevenir e combater os desastres naturais
A prevenção das calamidades naturais é muito importante e existem várias maneiras de a concretizar, por exemplo, no respeito pela natureza, preservando assim o meio-ambiente. Quando poluímos os rios, cortamos árvores de uma maneira indiscriminada, etc., estamos a desequilibrar os ecossistemas, o que originará grandes calamidades. Existem ainda outras formas de prevenir os desastres naturais, mas todas elas estão, de uma maneira ou outra, relacionadas com a que acabamos de referir.
Mas quando não se podem prevenir as calamidades naturais, e em muitos casos isso não é possível, devemos, pelo menos, procurar minimizar os efeitos delas.
Alguma coisa se tem feito neste sentido, mas ainda há muito por fazer. Concretamente, no ano 2000 as Nações Unidas lançaram uma Estratégia Internacional, com o fim de construir comunidades resistentes a desastres, promovendo o aumento da consciência das pessoas para a importância da redução dos desastres naturais, em ordem a um desenvolvimento sustentável, com o objectivo de reduzir as perdas humanas, sociais, económicas e ambientais e tomando outras medidas concretas.
Por seu lado, a Rússia e a Sérvia criaram um serviço comum para actuar em casos de emergência, ao qual já aderiram países como a Itália, Alemanha, Grécia e outros.
Perspectivas de futuro
Estas perspectivas não são animadoras, antes pelo contrário. A Oxfam International calcula que o número de pessoas afectadas pelas calamidades naturais aumentará 50 por cento, em relação aos actuais 250 milhões, e somará 375 milhões dentro de seis anos. A porta-voz desta ONG afirmou que a meta de reduzir em 50 por cento as emissões de dióxido de carbono antes de 2050, estabelecida na cúpula do G8 no Japão, é insuficiente.
Os ministros do meio-ambiente do G8, responsáveis por 40 por cento de gases com efeito estufa, fizeram recentemente uma reunião sobre o aquecimento climático, com o objectivo de chegar a um acordo internacional para travar o fenómeno.
O Papa pede-nos que neste mês rezemos para que não falte a ajuda material e espiritual às vítimas dos desastres naturais. Se não podemos ajudar materialmente, podemos pelo menos rezar, para que Deus desperte nas mentes, a nível pessoal, nacional e internacional, o desejo de ajudar essas pessoas de todos os modos possíveis.
Intenção Missionária
COMPROMISSO DOS CRISTÃOS PELA PAZ
Para que o compromisso dos cristãos em favor da paz seja ocasião para testemunhar o nome de Cristo a todos os homens de boa vontade.
A paz é, antes de mais, um dom de Deus, mas é também o resultado dos esforços dos homens de boa vontade, como os cristãos devem ser, e também das instituições nacionais e internacionais. Nunca devemos resignar-nos à falta de paz. A paz é urgente, a paz é possível; a paz é a condição indispensável para uma vida digna da pessoa humana e da sociedade.
Os cristãos são chamados a oferecer à sociedade a promoção de uma paz autêntica. Sobretudo num mundo cada vez mais globalizado, caracterizado por sociedades multiétnicas e multiculturais, os cristãos podem e devem constituir um factor de paz para a família humana.
Os cristãos estão chamados, pela sua fé em Deus, a viver como irmãos que se encontram na Igreja e colaboram na edificação de um mundo em que as pessoas e os povos «Não causarão dano (…), porque o país está cheio da ciência do Senhor, como as águas enchem o mar» (Is 11, 9).
Os cristãos são chamados a ajudar a mudar as situações de conflito e injustiça, sendo proféticos, vigilantes e comprometidos no serviço da fé e da justiça. Desta maneira darão testemunho de Cristo, o Príncipe da paz. Ser profético quer dizer estar presente no povo de Deus, guiando-o pelo caminho da paz, da reconciliação e da justiça.
O caminho da paz pode parecer e é difícil. Mas o cristão não pode desanimar, porque na morte e ressurreição de Cristo está a nossa vitória e a mensagem de uma esperança comprometida. Mas não pode-mos conservar esta esperança só para nós; temos que levá-la aos outros.
Neste mês, em que celebramos o Dia Mundial da Paz, rezemos de um modo particular pela paz, para que este dom de Deus, oferecido aos homens de boa vontade, se difunda pelo mundo inteiro.
António Coelho, s.j.
Fonte: http://www.apostoladodaoracao.pt/index.php?a=vjriqprsulvvunqlvtqtrvrnutqjrvqhrnuiqtqmqmqgujrirsrn&c1=17
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